Maria Fumaça em Tiradentes
O desejo de percorrer a famosa Estrada Real nos fez planejar essa viagem. A Estrada Real é considerada a maior rota turística do país com 1630 km que passam por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Foi por volta do século 18, que a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos
para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio
de Janeiro, derivando daí o seu nome. Em nossas pesquisas, verificamos que existem 4 roteiros diferentes: O Caminho dos Diamantes, o Caminho Velho e o Caminho Novo e ainda um quarto chamado de Sabarabuçu, caminho alternativo para chegar a Ouro Preto.
O Caminho dos Diamantes foi criado para interligar Ouro Preto a Diamantina, a principal cidade de exploração dos diamantes. São ao todo 395 km passando pela Serra do Espinhaço, local com belas paisagens, mas com 70% do percurso em estrada de chão. O Caminho Velho foi o primeiro caminho criado pela Coroa Portuguesa entre Ouro Preto e Paraty, possui 710 km, sendo 80% em estrada de chão. O Caminho Novo foi criado como alternativa para fugir de ladrões que atacavam as caravanas até o Porto do Rio de Janeiro, possui 515 km sendo 63% em estrada de chão. No site do Instituto Estrada Real é possível fazer download de mapas e dicas para os aventureiros. Também é possível fazer o cadastro para obter o passaporte Estrada Real que deve ser carimbado em algumas cidades para serem validados. Apesar do nosso interesse em conhecer ao menos um dos caminhos, decidimos conhecer apenas algumas cidades históricas, optando por dirigir apenas em estradas asfaltadas, por que o nosso carro não era 4x4 e também devido ao exíguo tempo que tínhamos para fazer essa expedição, que demanda aos menos 15 a 20 dias. Resolvemos deixar para outra oportunidade.
Escolhemos então, a partir de Belo Horizonte irmos a Brumadinho, diga-se Instituto Inhotim, Tiradentes, São João Del Rey, Congonhas, Ouro Preto e Mariana. O que durou uma semana e nos rendeu lindas fotos e recordações.
Maria Fumaça em Tiradentes |
Hospedagem: Em Belo Horizonte ficamos hospedados em casa parentes, reservamos hotéis em Tiradentes e Ouro Preto para aproveitar melhor essas duas cidades. |
Transportes: Utilizamos o carro da nossa sobrinha que mora em Belo Horizonte. |
1 dia - Brasília/Belo Horizonte - Chegamos em Belo Horizonte ainda pela manhã e fomos recepcionados no aeroporto pelos nossos parentes que residem na capital mineira. Passamos a tarde descansando e a jantamos por ali mesmo, planejando o dia seguinte.
2 dia - Belo Horionte/Brumadinho (60 km ou 1 h) Seguimos cedo para Brumadinho, para visitarmos o Instituto Inhotim. O instituto é a sede de um dos mais importantes acervos de
arte contemporânea do Brasil e é considerado o maior museu a céu aberto
do mundo. É importante verificar no site os dias e horários que estarão funcionando. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria na entrada do parque ou no site. Como o parque é imenso é interessante alugar o carrinho elétrico, que são gratuitos para quem tem dificuldade de locomoção com direito a um acompanhante. É possível reservar um traslado a partir de Belo Horizonte para quem está sem veículo ou prefere não dirigir. O parque tem muitos espaços para sentar e descansar, sendo possível fazer um piquenique. Mas nós preferimos almoçar em um restaurante rural na saída da cidade. Após isso, fomos para Tiradentes. Como chegamos bem tarde, fomos direto para
o Hotel Toro Real, local simples, mas localizado a apenas duas quadras do centro de
Tiradentes. Dá pra fazer tudo a pé. Após o check in fomos jantar no Jantar Restaurante Mandalum.
Excelente. Instituto Inhotim
3 dia - Brumadinho/Tiradentes
Trem entre Tiradentes e São João Del Rey |
4 dia - Tiradentes/Congonhas (118 km ou 2 horas) Seguimos para Congonhas, que pede apenas aquela paradinha de poucas horas. Fomos direto conhecer a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinho, considerado pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Os doze profetas esculpidos em tamanho real estão entre
as obras primas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. A obra do
Santuário data da segunda metade do século XVIII e é composta pela
Igreja do Bom Jesus de Congonhas, as 12 esculturas de Aleijadinho e seis
capelas que retratam os Passos da Paixão de Cristo. Dentro das capelas,
estão mais de sessenta esculturas em madeira do grande artista barroco
que descrevem os momentos finais de Jesus. Almoçamos em Congonhas num pequeno restaurante familiar chamado Malagueta, simples. No fim do dia chegamos a Ouro Preto (1 hora ou 53 km) e fomos fazer o check in no Hotel Inconfidência Mineira. É mais uma pousada em uma ladeira bem íngreme, difícil de localizar. Fomos jantar no famoso O Passo Pizza Jazz, situado em um antigo casarão que foi transformado em restaurante. Excelente atendimento e com pizzas deliciosas.Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinho
Vista do Mirante em Ouro Preto |
6 dia - Ouro Preto/Mariana ( 14 km ou 20 min) Seguimos para visitar a antiga capital de Minas Gerais, Mariana, começando nosso passeio pela Igreja de São Francisco de Assis e, ainda na mesma praça, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo que estava fechada e não pudemos entrar. A Praça Minas Gerais ainda guarda um antigo pelourinho, onde se respira a história colonial do Brasil. Seguimos para Belo Horizonte ( 2 horas ou 114 km. Vista da cidade de Mariana
7 dia - Enfim, depois de tanta correria, retornamos a Belo Horizonte. Fizemos um passeio pela orla da Pampulha para tirar lindas fotos. Fomos ao Mercado Municipal para experimentar o delicioso jiló com fígado, tradicional prato de boteco mineiro. E visitamos o Museu da História da Inquisição do Brasil. Enfim, retornamos a Brasília. Igreja da Pampulha
Obs: As fotos utilizadas são de autoria própria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário