terça-feira, 20 de dezembro de 2022

ROTEIRO PELAS CIDADES HISTÓRICAS DE MINAS GERAIS

 Maria Fumaça em Tiradentes
O desejo de percorrer a famosa Estrada Real nos fez planejar essa viagem. A Estrada Real é considerada a maior rota turística do país com 1630 km que passam por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Foi por volta do século 18, que a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro, derivando daí o seu nome. Em nossas pesquisas, verificamos que existem 4 roteiros diferentes: O Caminho dos Diamantes, o Caminho Velho e o Caminho Novo e ainda um quarto chamado de Sabarabuçu, caminho alternativo para chegar a Ouro Preto.

O Caminho dos Diamantes foi criado para interligar Ouro Preto a Diamantina, a principal cidade de exploração dos diamantes. São ao todo 395 km passando pela Serra do Espinhaço, local com belas paisagens, mas com 70%  do percurso em estrada de chão. O Caminho Velho foi o primeiro caminho criado pela Coroa Portuguesa entre Ouro Preto e Paraty, possui 710 km, sendo 80% em estrada de chão. O Caminho Novo foi criado como alternativa para fugir de ladrões que atacavam as caravanas até o Porto do Rio de Janeiro, possui 515 km sendo 63% em estrada de chão. No site do Instituto Estrada Real é possível fazer download de mapas e dicas para os aventureiros. Também é possível fazer o cadastro para obter o passaporte Estrada Real que deve ser carimbado em algumas cidades para serem validados. Apesar do nosso interesse em conhecer ao menos um dos caminhos, decidimos conhecer apenas algumas cidades históricas, optando por dirigir apenas em estradas asfaltadas, por que o nosso carro não era 4x4 e também devido ao exíguo tempo que tínhamos para fazer essa expedição, que demanda aos menos 15 a 20 dias. Resolvemos deixar para outra oportunidade.
Escolhemos então, a partir de Belo Horizonte irmos a Brumadinho, diga-se Instituto Inhotim, Tiradentes, São João Del Rey, Congonhas, Ouro Preto e Mariana. O que durou uma semana e nos rendeu lindas fotos e recordações.

Planejamento: Após várias pesquisas em sites e blogs de viagem, fizemos um roteiro e submetemos à apreciação do nosso grupo para decidirmos os passeios que faríamos. Com a anuência de todos passamos a comprar as passagens e reservar hotéis e passeios.
 
Documentação: Não houve exigência de Carteira de Vacinação, nem teste negativo de Covid. 

Hospedagem: Em Belo Horizonte ficamos hospedados em casa parentes, reservamos hotéis em Tiradentes e Ouro Preto para aproveitar melhor essas duas cidades.

 Transportes: Utilizamos o carro da nossa sobrinha que mora em Belo Horizonte.

Clima: Sempre consultamos o site Climatempo para planejar a melhor época para ir e o que levar. O melhor período para passear pela Estrada Real é o da seca que se estende de abril a setembro, escolhemos então, o começo do mês de agosto.
 
Cuidados necessários: Em tempos de pandemia é importante manter a vacinação em dia e carregar muitas máscaras para ir trocando no caminho. É importante fazer uma mala bem resumida para não carregar excessos desnecessários. Roupas esportivas e confortáveis não devem faltar, chapéus, protetor solar e repelentes. A câmara fotográfica na minha opinião é item obrigatório também. Boa viagem 

Eis o nosso roteiro dia a dia:

1 dia - Brasília/Belo Horizonte - Chegamos em Belo Horizonte ainda pela manhã e fomos recepcionados no aeroporto pelos nossos parentes que residem na capital mineira. Passamos a tarde descansando e a jantamos por ali mesmo, planejando o dia seguinte.

Instituto Inhotim
2 dia - Belo Horionte/Brumadinho (60 km ou 1 h) Seguimos cedo para Brumadinho, para visitarmos o Instituto InhotimO instituto é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e é considerado o maior museu a céu aberto do mundo. É importante verificar no site os dias e horários que estarão funcionando. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria na entrada do parque ou no site. Como o parque é imenso é interessante alugar o carrinho elétrico, que são gratuitos para quem tem dificuldade de locomoção com direito a um acompanhante. É possível reservar um traslado a partir de Belo Horizonte para quem está sem veículo ou prefere não dirigir. O parque tem muitos espaços para sentar e descansar, sendo possível fazer um piquenique. Mas nós preferimos almoçar em um restaurante rural na saída da cidade. Após isso, fomos para Tiradentes. Como chegamos bem tarde, fomos direto para o Hotel Toro Real, local simples, mas localizado a apenas duas quadras do centro de Tiradentes. Dá pra fazer tudo a pé. Após o check in fomos jantar no Jantar Restaurante Mandalum. Excelente.                                                                         

  3 dia - Brumadinho/Tiradentes

Trem entre Tiradentes e São João Del Rey
  (200 km ou 3h 18 min). Logo cedo fomos fazer o passeio de Maria Fumaça para São João Del Rey.  Reservamos os ingressos na empresa Buson, basta acessar o site preencher alguns dados e pagar com o cartão. No local há vendas de ingressos, mas nos dias mais concorridos há risco de não conseguir vagas. A chegada da Maria Fumaça é um acontecimento, com turistas tirando fotos e fazendo filmagens para não perder nenhum detalhe. O caminho  até São João Del Rey é curto, possui apenas 12 km e dura cerca de meia hora, mas é um dos passeios mais procurados em Tiradentes. A estrada de ferro foi inaugurada por Dom Pedro II em 1881 e tem capacidade para 250 passageiros. Chegando em São João, contratamos um passeio de van para conhecer algumas das atrações locais, entre as quais a Igreja de São Francisco de Assis que é considerada uma das mais bonitas. Passamos rapidamente ainda pelas igrejas de Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Pillar e Nossa Senhora do Carmo. Infelizmente, não deu para conhecer mais nada, pois teríamos que retornar na Maria Fumaça para Tiradentes. Tivemos apenas duas horas e meia para fazer esse tour. Foi bem corrido. De volta a Tiradentes, fomos conhecer o Chafariz de São José, construído em meados do século XVIII, que servia para o fornecimento de água aos moradores locais. Fomos conhecer ainda outras igrejas interessantes como a de São Francisco de Paula, a de Nossa Senhora das Mercês e a de São João Evangelista e terminamos no Santuário da Santíssima Trindade. Este caminho é chamado de Rota das Igrejas de Tiradentes. Fomos jantar no Restaurante Templário situado também no
centrinho de Tiradentes. Excelente. 

4 dia - Tiradentes/Congonhas (118 km ou 2 horas) Seguimos para Congonhas, que pede apenas aquela paradinha de poucas horas. Fomos direto conhecer a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinho, considerado pela Unesco como Patrimônio Mundial.

Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinho
Os doze profetas esculpidos em tamanho real estão entre as obras primas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.  A obra do Santuário data da segunda metade do século XVIII e é composta pela Igreja do Bom Jesus de Congonhas, as 12 esculturas de Aleijadinho e seis capelas que retratam os Passos da Paixão de Cristo. Dentro das capelas, estão mais de sessenta esculturas em madeira do grande artista barroco que descrevem os momentos finais de Jesus. Almoçamos em Congonhas num pequeno restaurante familiar chamado Malagueta, simples. No fim do dia chegamos a Ouro Preto (1 hora ou 53 km) e fomos fazer o check in no Hotel Inconfidência Mineira. É mais uma pousada em uma ladeira bem íngreme, difícil de localizar. Fomos jantar no famoso O Passo Pizza Jazz, situado em um antigo casarão que foi transformado em restaurante. Excelente atendimento e com pizzas deliciosas.

Vista do Mirante em Ouro Preto
5 dia - Contratamos um city tour na Agência de Turismo Trio Mineiro, em uma jardineira de 1963, o roteiro incluía a Igreja de São Francisco de Assis, considerada uma das obras mais lindas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Em seguida o Largo do Coimbra, Praça Tiradentes, Igreja Nossa Senhora do Pilar, Igreja de Santa Efigênia, centro histórico de Ouro Preto, uma mina de ouro e uma parada no mirante para fotos. Paramos para almoçar em uma ladeira no Restaurante Tiradentes, comida simples por quilo. Em seguida, visitamos a feira  de artesanatos no Largo de Coimbra, onde se encontram inúmeros produtos esculpidos em pedra-sabão, que são verdadeiras obras de arte. Enfim, retornamos ao nosso hotel para descansar um pouco. A noite, saímos para jantar no Tropea Cantina, restaurante com uma vista linda da cidade de Ouro Preto. O jantar é delicioso, o melhor da cozinha italiana e vale muito a pena. Fomos seguindo indicação de um amigo da minha sobrinha e não arrependemos.

Vista da cidade de Mariana
6 dia - Ouro Preto/Mariana ( 14 km ou 20 min) Seguimos para visitar a antiga capital de Minas Gerais, Mariana, começando nosso passeio pela Igreja de São Francisco de Assis e, ainda na mesma praça, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo que estava fechada e não pudemos entrar. A Praça Minas Gerais ainda guarda um antigo pelourinho, onde se respira a história colonial do Brasil. Seguimos para Belo Horizonte ( 2 horas ou 114 km. 

 

Igreja da Pampulha
7 dia - Enfim, depois de tanta correria, retornamos a Belo Horizonte. Fizemos um passeio pela orla da Pampulha para tirar lindas fotos. Fomos ao Mercado Municipal para experimentar o delicioso jiló com fígado, tradicional prato de boteco mineiro. E visitamos o Museu da História da Inquisição do Brasil. Enfim, retornamos a Brasília.  

 

 

Obs: As fotos utilizadas são de autoria própria.

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